terça-feira, julho 31, 2007

sábado, julho 21, 2007

Vindimas...

O ar de sabor a vindimas faz e fará sempre parte de mim,
impregnava-se-nos na roupa, tudo ali sabia, latejava, gritava vindimas.

Lembro desse ar envolver tudo e todos,
desde o bebé ao mestre idoso da casa.

Lembra o sabor das vindimas
os olhos dos homens e mulheres
trabalhando arduamente sob um sol de Setembro,
enquanto nós miúdos saltitavamos entre eles
nas correrias até à figueira, ou à casa das alfaias.

Lembra o sabor das vindimas
o rosto doce de meu avô, mestre idoso da casa.

Lembra o sabor das vindimas
o olhar azul sereno de minha avó,
a sua caixa de botões,
o cheiro do seu cabelo branco.

Lembra o sabor das vindimas
a imagem de um passado que desejo presente.

sábado, julho 14, 2007

Eu


Sou complicada!? Certo.

E depois!?

Quero lá saber se há quem não goste. Eu sou assim, amo-me assim mesmo.

Claro que entro muitas vezes em conflito comigo mesma. Mas que importa!? Isto é comigo. Quem não gosta é favor deixar na beira, sem estragar, para que quem venha a seguir possa aproveitar (canso-me de dizer isto, mas parece que não levam muito a sério).

Na verdade, sei aceitar estas minhas diferenças. Afinal não me custa assim tanto conviver comigo mesma. Basta tentar.


Vai um xupa-xupa?

Queriam, "né"? Pois eu também.

Riacho

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Foto by eu mesma

sábado, julho 07, 2007

Anoitecer

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Momentos como este fazem-me pensar que tudo pode ser diferente, simples, sem "ses" sem "mas" apenas ali.
Ali para poder contemplar, na mais profunda abertura do ser, a simplicidade do aroma da maresia que transporta os sentidos.

Porto dos Carneiros - 2007
Lagoa
Foto by eu mesma

terça-feira, julho 03, 2007

Estudo sobre o céu

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Por vezes consigo captar estes momentos.

Madeira - 2006

Bem, na verdade, foi mesmo a máquina fotográfica e sem querer.

Foto by: eu mesma

É isso

Estou com gravíssimas dificuldades de concentração naquilo que realmente é essencial.
Ando às voltas e nada.
Possa, mas é mesmo nada.
Nada se passa.
É claro que tenho um sapo verde no meu blog e até gosto dele, é fofo, carinhoso e tem uma paciência enorme (assim como eu). Quanto ao caracol, amo-o. É vê-lo ali quietinho só mexendo as antenas para manter o equilíbrio (persistente como eu).
Parece-me que ter um sapo e um caracol aqui no meu blog passou a fazer todo o sentido.

Já agora, não se esqueçam de salvar o priolo, o cagárro, o canário, o melro negro, as baleias, o sapo, o caracol e bichos afins.
Também queria saber se alguém estaria interessado num gatinho? (Sei de quem gostaria de ter um, mas, Gucci, terás de esperar pelo próximo que se atravessar no teu caminho.)

segunda-feira, julho 02, 2007

"fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes: ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer: amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga."

José Luis Peixoto