«Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, não é cansaço, não é...
É eu estar existindo
É também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstracta
Da vida concreta -
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...
[...]»
Álvaro de Campos
2 comentários:
O cansaço chega quando tudo falha em significado. Quando se quer tudo no nada, quando se quer a compreensão subtil do desconhecido.
Mas não é cansaço pois não?
EU
Para mim devagar é não ter pressa de chegar, ou ir chegando.
Mas isso sou eu.
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