Beber-te! como bebo o ar da vida...
E como bebo a luz do sol doirado...
E a poesia do templo consagrado...
E o consolo no olhar da mãe querida...
Como bebo nos livros do saber
A palavra dos Deuses, e o segredo
Da existência nas folhas do arvoredo...
E em longas noites de cruel sofrer...
Como bebe no cálix o Deus-vivo
Quem o não sente andar dentro de si...
Como eu nesses teus olhos já bebi
A água que hei-de beber enquanto vivo!
Antero de Quental, Primaveras Românticas
2 comentários:
e eu sempre soube que Antero é o ùnico que me entende
...
4c-A
XIV
Pela Santa Virgem peço
Que tu me queiras sorrir;
Porque eu tenho um lírio d’ouro
Há três anos por abrir,
E, se lhe deres um riso,
Há-de cuidar que é a aurora…
E talvez que o lírio se abra,
Talvez que se abra nessa hora!
Antero de Quental, Primaveras Românticas
4c-...what else?
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