sexta-feira, fevereiro 22, 2008

XV

Beber-te! como bebo o ar da vida...
E como bebo a luz do sol doirado...
E a poesia do templo consagrado...
E o consolo no olhar da mãe querida...

Como bebo nos livros do saber
A palavra dos Deuses, e o segredo
Da existência nas folhas do arvoredo...
E em longas noites de cruel sofrer...

Como bebe no cálix o Deus-vivo
Quem o não sente andar dentro de si...
Como eu nesses teus olhos já bebi
A água que hei-de beber enquanto vivo!


Antero de Quental, Primaveras Românticas

2 comentários:

Anónimo disse...

e eu sempre soube que Antero é o ùnico que me entende

...

4c-A

Anónimo disse...

XIV

Pela Santa Virgem peço
Que tu me queiras sorrir;
Porque eu tenho um lírio d’ouro
Há três anos por abrir,

E, se lhe deres um riso,
Há-de cuidar que é a aurora…
E talvez que o lírio se abra,
Talvez que se abra nessa hora!

Antero de Quental, Primaveras Românticas

4c-...what else?