quarta-feira, junho 25, 2008

Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.


Eugénio de Andrade

terça-feira, junho 24, 2008

"Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.

Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas."


Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, junho 19, 2008

As coisas que me mandam para ler

CAPUCHINHO VERMELHO
(Versão Acordo Ortográfico de 2058)


«Quem não se lembrar da história é bom relê-la........
E arranjar um tradutor para o resto............


Tás a ver uma dama com um gorro vermelho? Yah, essa cena! A pita foi obrigada pela kota dela a ir à toca da velha levar umas cenas, pq a velha tava a bater mal, tázaver? E então disse-lhe:


- Ouve, nem te passes! Népia dessa cena de ires pelo refundido das árvores, que salta-te um meco marado dos cornos para a frente e depois tenho a bófia à cola!


Pá, a pita enfia a carapuça e vai na descontra pela estrada, mas a toca da velha era bué longe, e a pita cagou na cena da kota dela e enfiou-se pelo bosque. Népia de mitra, na boa e tal, curtindo o som do iPod...


É então que, ouve lá, salta um baita dog marado, todo chinado e bué ugly mêmo, que vira-se pa ela e grita:

- Yoo, tá td? Dd tc?

- Tásse... do gueto ali! E tu... tásse? - Disse a pita.

- Yah! E atão, q se faz?

- Seca, man! Vou levar o pacote à velha que mora ao fundo da track, que tá kuma moka do camano!

- Marado, marado!... Bute ripar uma até lá?

- Epá, má onda, tázaver? A minha cota não curte dessas cenas e põe-me de pildra se me cata...

- Dasse, a cota não tá aqui, dama! Bute ripar até à casa da tua velha, até te dou avanço, só naquela da curtição. Sem guita ao barulho nem nada.

- Yah prontes, na boa. Vais levar um baile katéte passas!!!

E lá riparam. Só que o dog enfiou-se por um short no meio do mato e chegou à toca da velha na maior, com bué avanço, tázaver? Manda um toque na porta, a velha 'quem é e o camano' e ele 'ah e tal, e não sei quê, que eu sou a pita do gorro vermelho, e na na na...'.

A velha abre a porta e PIMBA, o dog papa-a toda... Mas mesmo, abre a bocarra e o camano e até chuchou os dedos...

O mano chega, vai ao móvel da velha, saca uma shirt assim mêmo à velha que a meca tinha lá, mete uns glasses na tromba e enfia-se no VL... o gajo tava bué abichanado mêmo, mas a larica era muita e a pita era à maneira, tásaver?

A pita chega, e tal, e malha na porta da velha.:

- Basa aí cá pa dentro! - Grita o dog.

- Yo velhita, tásse?

- Tásse e tal, cuma moca do camâno... mas na boa...

- Toma esta cena, pa mamares-te toda aí...

- Bacano, pa ver se trato esta cena.

- Pá, mica uma cena, pa ké esses baita olhos, man?

- Pá, pa micar melhor a cena, tázaver?

- Yah, yah... E os abanos, bué da bigs, pa ke é?

- Pá, pa poder controlar melhor a cena à volta, tázaver?

- Yah, bacano... e essa cremalheira toda janada e bué big? Pa que é a cena?

- É PA CHINAR ESSE CORPO TODO!!! GRRRRRRRR!!!!


E o dog manda-se à pita, naquela mêmo de a engolir, né? Só que a pita dá-lhe à brava na capoeira e saca um back-kick mesmo directo aos tomates do man e basa porta fora! Vai pela rua aos berros e tal, o dog vem atrás e dá-lhe um ganda-baite, pimba, mêmo nas nalgas, e quando vai pa engolir a gaja aparece um meco daqueles que corta as cenas cum serrote, saca de machado e afinfa-lhe mêmo nos cornos. O dog kinou logo ali, o mano china a belly do dog e saca de lá a velha toda cheia da nhanha.

Ina man, e a malta a gregoriar-se toda!!!

E prontes, já tá...»


(Autor desconhecido)
Amavelmente oferecido por Paula

quinta-feira, junho 12, 2008














"Digam que foi mentira, que não sou ninguém,
que atravesso apenas ruas da cidade abandonada
fechada como boca onde não encontro nada:
não encontro respostas para tudo o que pergunto nem
na verdade pergunto coisas por aí além
Eu não vivi ali em tempo algum "

Ruy Belo

segunda-feira, junho 09, 2008


Quero hastear a bandeira

Pelas mães deste país
que lutam diariamente para colocar comida nos pratos dos seus filhos
que ao fim de um dia de mais de 8 horas de trabalho só têm pão duro para lhes dar
que restou de ontem

Pelos jovens deste país
que mesmo perante todas as incertezas
lutam por um conhecimento
que lhes permita um futuro mais promissor

Por todos aqueles
que deixam na farmácia o seu rendimento
o pouco que recebem
só porque não lhes prescreveram genéricos

Por todos aqueles
que mesmo perante as adversidades
ainda acreditam neste meu, nosso Portugal

Quero hastear a bandeira por tanto mais

Mas não quero hastear a minha bandeira apenas por uma selecção

terça-feira, junho 03, 2008

pois...

Recados Para Orkut


Agora estou à espera para ver o que irá acontecer.

A verdade é que está a faltar o tempo e a inspiração (para não falar daquela já minha, vossa conhecida, falta de jeito com as palavras).

As Portas do Mar estão para breve e não vejo a hora de lá colocar os pés, nem que seja só por uma vez.

Ah, é verdade! Este fim-de-semana que se passou fui comer, pela primeira vez, àquela coisa do donnalds, o Mac, acho eu.

O pessoal amigo pensou em ir jantar assim tipo fora, assim tipo fora de casa de qualquer um e que não fosse no quintal de um qualquer. E daí até alguém se ter lembrado de ir lá aquele sítio foi rápido. Acima de tudo como forma de ajudar uma de nós a recuperar as calorias perdidas lá na caminhada que anda a fazer para os lados da Avenida Marginal (obrigada ti Berta, A Festeira).

Por falar em caminhada, será que aquilo tem os efeitos que dizem ter?

É que estou com alguma preocupação.

Ora vejamos, muitas pessoas a fazem caminhadas ao fim do dia de trabalho. Depois lembro-me que as árvores, e restantes seres “clorofílicos” (que palavra de bonita, certo?), ao fim do dia libertam monóxido de carbono, ou algo do género.

E com este pensamento estou mesmo preocupada. Não quero os meus amigos a fazerem essas coisas à noite. Vá fiquem em casa se faz favor, ou então caminhem à procura de um lugar cheio de fumo e conscientes disso, pois ao que me parece irá dar no mesmo.