Voltando ao assunto da desmaterialização (sim, pois eu sou muito chata).
Parece-me que a questão ainda poderá ir mais longe. E este post será dedicado à reflexão sobre as possíveis responsabilidades sobre o assunto.
Ora vejamos, no século XV Gutenberg, grande vulto tecnológico de então (na altura era chamado de Bill Gates), o que fez de tão valioso foi deixar de utilizar a madeira (material usado pelos chineses) para a impressão, passando os caracteres para chumbo fundido, que permitiu a reutilização dos mesmos.
Posto isto, e assim sendo, e tentando aprofundar a coisa, é que… não me lembro de se terem colocado questões de materialização ou desmaterialização!? Nem mesmo quando inventou a prensa tipográfica se colocaram grandes questões sobre a durabilidade do suporte e a conservação da Informação (pelo menos nada de assim tão transcendente).
Recuando ainda mais um pouco, e se dermos uma espreitadela sobre a descoberta e a evolução do papel, também não vejo qualquer inquietação de maior (claro que houve perturbações psicológicas e os mercadores do papiro não gostaram muito da brincadeira).
Mas, se recuarmos mais um pouco ainda, assim bastante mais (por favor) encontramos o ponto fulcral da questão na pré-história da humanidade (sim pois houve mais vida antes do homem – mas sobre essa não abordarei neste post).
Voltemos a ponderar. Há muito, muito tempo, há muitos milhões de anos, o homem lembrou-se de materializar as sensações, os feitos, a Informação que pretendia transmitir e fazer perdurar para as futuras gerações, assim nasceram o que denominam de “pinturas rupestres”, que eu prefiro as chamar de informação pré-histórica (sinto-me melhor assim).
Assim, e após estas breves linhas, parece-me que a questão da responsabilidade da desmaterialização não tem nada a ver com a mesma, mas sim com a materialização da Informação. Logo, se hoje em dia anda-se a atirar grandes chavões, como “desmaterialização processual”, a responsabilidade foi do primeiro homem que se lembrou de materializar a Informação nas benditas paredes e afins.
NOTA: da próxima vez que escrever algo sobre a desmaterialização prometo que serei mais clara, e que abordarei a questão sem qualquer brincadeira.
3 comentários:
Mas está clarissimo.
E tratar estes assuntos com um pouco de humor só demonstra inteligência.
Não há como confundir suporte com informação.
E nada disto tem a ver com desmaterialização/materialização de coisa alguma.
A maltinha gosta de inventar.
Isto é muita informação ao mesmo tempo!!! Foi uma viagem no tempo rápida demais para mim... contudo, cara mestre, não é à toa que as tuas palavras me fazem sentido e as de tantos outros passam-me ao lado sem sequer tocar de raspão.
Um dia vou materialização a admiração que tenho por ti ;) depois desmaterializas e levar um pedacinho no bolso contigo :)
Tens de deixar de ser assim.
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