O ar de sabor a vindimas faz e fará sempre parte de mim,
impregnava-se-nos na roupa, tudo ali sabia, latejava, gritava vindimas.
Lembro desse ar envolver tudo e todos,
desde o bebé ao mestre idoso da casa.
Lembra o sabor das vindimas
os olhos dos homens e mulheres
trabalhando arduamente sob um sol de Setembro,
enquanto nós miúdos saltitavamos entre eles
nas correrias até à figueira, ou à casa das alfaias.
Lembra o sabor das vindimas
o rosto doce de meu avô, mestre idoso da casa.
Lembra o sabor das vindimas
o olhar azul sereno de minha avó,
a sua caixa de botões,
o cheiro do seu cabelo branco.
Lembra o sabor das vindimas
a imagem de um passado que desejo presente.
7 comentários:
Belo post!!
Também me lembro das vindimas..
O tentar apertar a a prensa, que lá não chegava.. tinha que ser com a ajuda do meu pai..
E o som da prensa.....
E depois a prova do vinho doce!!!!
BOM!!!!!!
bj
Quando escreves assim bonito, ate sinto... arrepios!
Pois...
Não é fácil encontrar as palavras certas. Estas são palavras sensíveis, suaves, sentidas. São palavras com imagem, porque se consegue ver através delas, são as mais difíceis
Eu
Sabes que volto aqui para ler isto várias vezes?É que quando o faço estranhamente(ou não) sinto invadir-me uma sensação de paz e calma Acho que vou fazer um copy /paste para imprimir e trazer comigo.
Pois...
Pois...
Tens autorização para fazeres esse "copy".
Se te faz bem é usares.Egoísta seria eu se pensasse diferente.
Se estas palavras fazem tudo isso em ti, leva-as contigo.
Obrigada, és mesmo querida...
Quem diria..
Pois...
Admite, andavas sempre em roda das pipas e do vinho, com o nariz vermelho e os olhos cerrados.
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