Sente o cheiro da noite...
sob o seu manto negro de silêncio,
a brisa que passa dir-te-á que te penso,
que a tua ausência me incomoda,
que o teu sorriso me falta
sem que eu perceba a razão de tudo isso...
. Caminhando "Fiel à República, à liberdade, à democracia, ao socialismo e, sobretudo, fiel a Portugal e ao povo português" Manuel alegre .
segunda-feira, agosto 27, 2007
...
Agora que o sol não está,
e que o estado das coisas se imprecisa,
a tua ausencia toma corpo
por entre os aromas das flores...
Onde o sorriso?
Onde o beijo da ave mansa
prometido a contra-luz?
Onde tu...
e que o estado das coisas se imprecisa,
a tua ausencia toma corpo
por entre os aromas das flores...
Onde o sorriso?
Onde o beijo da ave mansa
prometido a contra-luz?
Onde tu...
A coisa do título... fica para a próxima.
Tenho andado a colocar por aqui alguma poesia.
Sei que alguns se interrogam por tal facto estar a acontecer, também sei que outros nem colocam qualquer questão.
A verdade é que fiz as pazes com a poesia, não são umas “pazes” recentes (isso não são), contudo, tenho de admitir que é aquela coisa de “[...] Tive a coragem de aceitar as nossas diferenças e passei adiante.” ( in: TONRA, Mark; James; Lisboa; Gradiva, 2002).
No entanto, essa coisa da aceitação acarreta, por si só, um leve sentimento de culpa, devido aos anos de negação, e este sentimento está plasmado (como é bem visível) pela “postagem” (essa coisa da gíria bloguista intriga-me, tenho de admitir) de alguns poemas de minha eleição.
Todavia, e atendendo ao facto de estar a tornar públicas aquelas “pazes”, as tais “postagens” poéticas tenderão a desaparecer.
A ver vamos.
Sei que alguns se interrogam por tal facto estar a acontecer, também sei que outros nem colocam qualquer questão.
A verdade é que fiz as pazes com a poesia, não são umas “pazes” recentes (isso não são), contudo, tenho de admitir que é aquela coisa de “[...] Tive a coragem de aceitar as nossas diferenças e passei adiante.” ( in: TONRA, Mark; James; Lisboa; Gradiva, 2002).
No entanto, essa coisa da aceitação acarreta, por si só, um leve sentimento de culpa, devido aos anos de negação, e este sentimento está plasmado (como é bem visível) pela “postagem” (essa coisa da gíria bloguista intriga-me, tenho de admitir) de alguns poemas de minha eleição.
Todavia, e atendendo ao facto de estar a tornar públicas aquelas “pazes”, as tais “postagens” poéticas tenderão a desaparecer.
A ver vamos.
sábado, agosto 25, 2007
El Cristo
Há horas em que a nossa comoção
Nos brota, cá dentro, como sangue
Duma facada. E tinge de vermelho
O verbo dos Profetas.
E el Cristo Rojo resplandece,
De pé, transfigurado,
Sobre um penhasco asturiano
Ou do Tabor...
PASCOAES, Teixeira de; Últimos Versos, p. 62
Foto in: www.instituto-camoes.pt/cvc/filosofia/1910a.html
Nos brota, cá dentro, como sangue
Duma facada. E tinge de vermelho
O verbo dos Profetas.
E el Cristo Rojo resplandece,
De pé, transfigurado,
Sobre um penhasco asturiano
Ou do Tabor...
PASCOAES, Teixeira de; Últimos Versos, p. 62
Foto in: www.instituto-camoes.pt/cvc/filosofia/1910a.html
terça-feira, agosto 21, 2007
Trapo
"O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.
Anticipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.
Bem sei: a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros - isso tenho eu em mim.
[...]"
Álvaro de Campos
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.
Anticipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.
Bem sei: a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros - isso tenho eu em mim.
[...]"
Álvaro de Campos
domingo, agosto 19, 2007
E não tem nada a ver...
Andei a pensar um pouco sobre o Homem, a natureza humana, a origem, a espécie, as variantes da espécie (os azuis escuros e os azuis claros), o comportamento, a cultura e o meio, as crenças e suas formas de expressão, entre tantos outros aspectos. Tudo isto envolto de uma neblina, um pouco até, celestial.
Aquela minha forma de olhar o Homem tornou-se então clara, obvia, e acima de tudo ainda mais interiorizada.
(Convém esclarecer que olho o Homem sempre como algo bom, positivo, criado para o bem e, como tal, propulsor do mesmo)
No entanto, é necessário salientar que o tal lado perverso, mesquinho e mau do Homem é também por mim conhecido. Assim, e consciente de tal facto, por vezes sinto vontade de “abanar” tais mentes cristalizadas, empobrecidas, empoeiradas e gastas pelo não uso do intelecto.
Lá parto eu numa epopeia angustiante, numa viagem desgastante, na tentativa de tentar mudar algo. Muitas vezes aporto meu bote num pequeno cais, e, cansada, sinto saudades de “casa”, com vontade de deixar ali os remos e regressar de avião (sim, que este meio é mais rápido que o bote. Felcom, para que fui eu de bote?).
Porém, não desisto. Tento mais uma vez, e mais uma vez e, ainda, mais uma vez (na vã ambição de algo poder ser diferente).
Contudo, o dia chega que me faz cair por terra, deixar o bote, abandonar os remos, comprar o bilhete de avião e tomar o voo com menos escalas de regresso a casa.
Desisti?
Fracassei?
Era vã a minha ambição?
Não. Apenas precisei encontrar novamente o conforto, a simplicidade, a clareza das ideias.
Aquela minha forma de olhar o Homem tornou-se então clara, obvia, e acima de tudo ainda mais interiorizada.
(Convém esclarecer que olho o Homem sempre como algo bom, positivo, criado para o bem e, como tal, propulsor do mesmo)
No entanto, é necessário salientar que o tal lado perverso, mesquinho e mau do Homem é também por mim conhecido. Assim, e consciente de tal facto, por vezes sinto vontade de “abanar” tais mentes cristalizadas, empobrecidas, empoeiradas e gastas pelo não uso do intelecto.
Lá parto eu numa epopeia angustiante, numa viagem desgastante, na tentativa de tentar mudar algo. Muitas vezes aporto meu bote num pequeno cais, e, cansada, sinto saudades de “casa”, com vontade de deixar ali os remos e regressar de avião (sim, que este meio é mais rápido que o bote. Felcom, para que fui eu de bote?).
Porém, não desisto. Tento mais uma vez, e mais uma vez e, ainda, mais uma vez (na vã ambição de algo poder ser diferente).
Contudo, o dia chega que me faz cair por terra, deixar o bote, abandonar os remos, comprar o bilhete de avião e tomar o voo com menos escalas de regresso a casa.
Desisti?
Fracassei?
Era vã a minha ambição?
Não. Apenas precisei encontrar novamente o conforto, a simplicidade, a clareza das ideias.
quarta-feira, agosto 15, 2007
E não me apetece colocar título...
Ultimamente tenho andado a pensar, e a pensar mesmo muito, tanto que até acho que explodiu algo dentro desta “cabecita loira” (c’o caneco!).
Facto é que tenho dado por mim num incessante acto introspectivo, em que a abundância dos assuntos sucede-se à velocidade da luz. (c’o caneco, já não bastava serem muitos para também serem velozes.)
Claro que não será necessário dizer que fico danada, meia endrominada e com um humor dos diabos (que diga o contrário quem quiser, porém alerto que deverão medir e considerar bem os riscos).
E era suposto escrever mais, não era?
Fica essa sensação, não fica?
Vá, é colocar aqui o endereço electrónico que darei conta do final de forma personalizada.
Sou mesmo tão querida.
Facto é que tenho dado por mim num incessante acto introspectivo, em que a abundância dos assuntos sucede-se à velocidade da luz. (c’o caneco, já não bastava serem muitos para também serem velozes.)
Claro que não será necessário dizer que fico danada, meia endrominada e com um humor dos diabos (que diga o contrário quem quiser, porém alerto que deverão medir e considerar bem os riscos).
E era suposto escrever mais, não era?
Fica essa sensação, não fica?
Vá, é colocar aqui o endereço electrónico que darei conta do final de forma personalizada.
Sou mesmo tão querida.
segunda-feira, agosto 13, 2007
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