terça-feira, abril 01, 2008

Soma

O que o teu amor me dá:

a pérola no centro,
a exacta e pequena pérola
por onde a luz se esvai,
num fechar de olhos,
entre nós.

E o riso tão inesperado
nesse campo de cansaço
em que o repouso
cresce, trazendo a razão
aos braços da loucura.

Os teus olhos onde
os meus mergulham, lago
manso da tarde que
empurramos, à janela,
até o dia inteiro
ser madrugada.

E ver-te acordar, como
o brilho que salta de antigas
colinas e se espalha
por frescos lençóis de
onde te roubo, abrindo
a manhã.


JÚDICE, Nuno, O Estado dos Campos

2 comentários:

Anónimo disse...

É! Há coisas assim...
Sabes o que te digo? Guarda-o bem, não o percas...um dia dei um destes, e nunca mais o vi...
nem à caixinha de rapé

four-si-ei

Anónimo disse...

Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração

Ruy Belo

EU