segunda-feira, julho 02, 2007

"fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes: ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer: amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga."

José Luis Peixoto

3 comentários:

Anónimo disse...

Porque será que este post rejeitou o comentário? E até era tão profundo. Tão a condizer

o "edm"

E. Raposo disse...

A rejeição deveu-se a uma pequena falha técnica.
Aproveito e peço perdão, pois era mesmo bastante profundo e havia adorado.
Coloquei-me de castigo

Anónimo disse...

Pois os meus comentários sentiram-se completamente rejeitados, acho mesmo que a partir de agora apanharam um complexo de rejeição, que nem o melhor psicólogo do País conseguirá curar.
Tanto que a partir de hoje, não se manifestam mais(os comentários, claro)vão tornar-se ausentes, fantasmas, quiçá mesmo abstémios.
Apesar dos graves danos causados ao respectivo ego encontra-se perdoada, e não precisava castigar-se,pois tal facto não dirime o dano provocado

ass: Comentário abstémio