sexta-feira, maio 30, 2008

Fim-de-semana

Finalmente fim-de-semana.
E mais uma semana de loucos.
Ainda estou à espera do capacete de bombeiro, daqueles dos que não o fazem por voluntariado, mas sim por carreira – os destes devem ser diferente, e se não forem deviam-no de ser.

É verdade, caiu o tecto lá para os lados da casa da minha querida tia Berta Cabral, A Festeira. Mas isso foi ontem, já não é notícia, certo? Mas também não importa, que eu não faço jornalismo.

Num dia desta semana (que não foi nem 2ª Feira, nem 3ª Feira, nem 5ª Feira, nem 6ª Feira) dei boleia a uma vespa até ao centro da cidade. Pensei que poderia ser a abelha Maia, mas quando olhei mais de perto confirmei que era uma vespita ainda jovem. É, estava eu a conduzir quando olhei para o vidro e vi a dita. E pronto lá comecei a conduzir mais devagar para ver se não lhe partia as asas, a sorte é que quando dei pelo facto não vinham carros atrás e livrei-me de umas boas buzinadelas.
Quando parei o carro reparei que ela se mantinha imóvel lá no vidro e até pensei que tinha morrido, tipo morrido de susto. Facto é que regressei com o papelito do parquímetro e ela lá se mantinha. Pensei de mim para mim, se não morreu deve de estar a tentar recuperar o fôlego.
Lá coloquei o dito papel dentro do carro e quando olhei, novamente, a vespita já havia batido asas. Confesso que fiquei um pouco triste. Já me estava a imaginar a adoptar a pequenita, mas ela foi-se.

Agora lembrei da Camila, aquela aranhiça simpática que habitava no espelho retrovisor esquerdo do meu carro. Tenho tantas saudades dela, mas tantas mesmo. É que eu até já a tratava por Camilinha, de tão íntimas que nos tínhamos tornado. Não sei o que se passou com ela, o que sei foi que um dia olhei para o espelho e intriguei-me de não ver novamente aquela teia a formar-se. Na altura pensei que deveria de estar a fazer algo pelo lado de dentro do espelho e que depois apareceria.
Mas não. Passaram-se mais dias e nada. Nada de Camila. E uma semana passou-se e nada. Nada mesmo.
Então tive de aceitar que ela tinha ido embora. Tinha escolhido outro lugar para habitar que não aquele frio espelho retrovisor direito do meu carro.

E agora o grande vencedor(a) do concurso “As diferenças – A saga continua”

O grande prémio vai para...
Vai para...
Para mim que quase tinha uma grande ideia.

O outro grande prémio vai para quem conseguiu ver a formiga que está em cima do donnut de “As diferenças #2”

Pode não ter lógica, mas fica assim mesmo.

Alguém já viu um cagárro este ano?

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sexta-feira, maio 23, 2008

pois...

Tenho dias que é sempre assim. Ainda mal me levantei já estou a cair.

Recados Para Orkut

Mas também não podem dizer que eu não tenho queda para a coisa.

E como sou muito teimosa levanto-me sempre, ou, pelo menos, vou tentando sempre.

Do mal o menos...

segunda-feira, maio 19, 2008

As diferenças #2


A persistência da Memória
Salvador Dali



http://segredos.blogs.sapo.pt/


E a saga continua.

sexta-feira, maio 16, 2008

As diferenças


A persistência da Memória
Salvador Dali



http://www.garfieldposters.com/


Um pequeno exercício de memória.

terça-feira, maio 13, 2008

O TEU RISO

"Tira-me o pão, se quizeres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas as portas da vida."



In: NERUDA, Pablo, Os Versos do Capitão, trad. Albano Martins, Campo das Letras, Editores S.A.

Hino dos Açores

Como forma de responder a um pedido tão amavelmente solicitado aqui está. Mais se informa que seguindo o link do título pode-se aceder à música (e assim cantarolar).

A letra é de Natália Correia
A música de Joaquim Lima

Deram frutos a fé e a firmeza
no esplendor de um cântico novo:
os Açores são a nossa certeza
de traçar a glória de um povo.

Para a frente! Em comunhão,
pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
estão acesas no alto clarão
da bandeira que nos guia.

Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.

De um destino com brio alcançado
colheremos mais frutos e flores;
porque é esse o sentido sagrado
das estrelas que coroam os Açores.

Para a frente, Açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos voos, com ardor, firmamos,
para que mais floresçam os ramos
da vitória merecida.

Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.

segunda-feira, maio 12, 2008

Dia dos Açores

O Dia dos Açores foi instituído pelo parlamento açoriano em 1980 pelo Decreto Regional n.º 13/80/A, de 21 de Agosto.

A escolha da 2ª Feira do Espírito Santo (também conhecida por Dia do Bodo ou Dia da Pombinha), isto é a 2ª Feira a seguir à festa religiosa de Pentecostes, relaciona-se com as comemorações cristãs.

«Assim, porque é o mais popular dos dias festivos e de repouso e recreio em todo o arquipélago, entendeu o parlamento açoriano justo consagrá-lo legalmente como afirmação da identidade dos açorianos, da sua filosofia de vida e da sua unidade - base e justificação da autonomia política que lhes foi reconhecida e que orgulhosamente exercitam (prâmbulo do Decreto Regional n.º 13/80, de 21 de Agosto).»

Espírito Santo

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Bandeira da Beneficência – uma das duas da Vila de Rabo de Peixe.

O culto ao Divino Espírito Santo demonstra a espiritualidade e a fé do povo açoriano. Como tal faz parte do nosso Património Imaterial que deve ser preservado e conservado.
Por todas as ilhas dos Açores ele é vivido intensamente numa dádiva total à partilha do pão, da carne, do vinho, da massa sovada.

Em consequência desta grande celebração a 2ª Feira do Espírito Santo foi instituída como o Dia da Região Autónoma dos Açores. E passo a citar:

«O Dia da Região Autónoma dos Açores, instituído pelo Parlamento açoriano em 1980, celebra-se na segunda-feira do Espírito Santo.


Ao criar o Dia dos Açores, o Decreto Regional n.º 13/80/A, de 21 de Agosto, justificou a escolha da segunda-feira do Espírito Santo por aquele ser “o mais popular dos dias de repouso e recreio em toda a Região”.

O mesmo diploma lembra, ainda, que nas comemorações do Espírito Santo, cuja vitalidade se alarga a todos os núcleos de açorianos espalhados pelo Mundo, “se entrelaçam as mais nobres tradições cristãs com a celebração da Primavera, da vida, da solidariedade e da esperança”.»


Foto by: eu mesma

sexta-feira, maio 09, 2008

solos e aquíferos

Muito alarido se fez, e vão continuar a fazer, sobre a contaminação dos solos e dos aquíferos por estes lados dos Açores, mais propriamente na Ilha Terceira.

Verdadeira atitude foi a que eu ouvi na rádio, hoje ao final da tarde, nas declarações do Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos Manuel Martins do Vale César, sobre essa questão. Sim senhor, atitude louvável, consciente, demonstrando toda a sua capacidade governativa, que sempre o acompanha e acompanhará.

Foram estas as suas palavras finais:
“veremos se houve, ou não, responsabilidades, ao longo de todo este processo, de alguma das partes, se houver responsabilidades, serão devidamente assumidas” – é desta natureza e estirpe que são feitos os grandes homens, é algo que lhes está nos genes.

Foi mais ou menos assim, pois eu estava no meu pópó a enfrentar a habitual fila de carros de 6ª feira final de dia e semana de trabalho. Com isto, estou com sérias dúvidas se aqueles semáforos são mesmo funcionais.

Chatice, vai na volta passamos a pagar um novo imposto camarário pelo tempo de permanência na via pública, algo tipo IAVPFT (Imposto sobre Automóveis na Via Pública em Filas de Transito).

Vá, tia Berta Cabral, não diga que não lhe dou ideias. Agora coloque a wireless nas Portas da Cidade.

terça-feira, maio 06, 2008

Acesso à Internet no centro histórico de Ponta Delgada

[622979]
ABRANCHES, Joaquim Cândido, 1830-1912 Praça do municipio [Visual gráfico / Abranches des. ; S. lith.. - [Ponta Delgada : Typ Manoel Corrêa Botelho, 1869] ([Lisboa] : Lith. de Lopes. - 1 gravura : litografia, aguarelada ; 10,8x16,2 cm (imagem sem letra). - Il. da obra do autor, "Álbum michaelense" (35 lito.)


A minha rica tia Berta Cabral, A Festeira, irá disponibilizar acesso gratuito à Internet, e para começar os lugares escolhidos para a implementação da rede wireless foram:

Largo da Matriz
Portas da Cidade
Praça do Município

Interessante é verificar que de entre estes três espaços apenas um possui condições. Ora imaginemos, de pé nas Portas da Cidade com um portátil na mão; ou então, sentada nos muritos da fonte da Praça do Município com o portátil na mão. Claro que sou uma pessoa que até adere aos equipamentos mais pequenos (aquele Qtek, agora HTC faz milagres), mas de qualquer forma não me estou a ver de pé nas Portas da Cidade de PALM na mão a consultar as previsões meteorológicas.

Vá, escolham outros dois novos espaços que os dois últimos só servirão para enterrar o erário público (agora lembrei-me da taxa camarária que tenho de pagar para poder ter a ADSL em minha casa, com um modem que é meu e utilizando a cabelagem PT).

Quero o meu pastel de nata.

segunda-feira, maio 05, 2008

Eu até gosto deste meu blog


Meio passado ou bem passado, pouco importa, eu até gosto deste meu blog. Tudo porque, ali no post sobre o 25 de Abril, é levantada uma pequena questão sobre se se deve ou não publicar (sim, que neste caso não dá para banir, uma vez que possuo moderação de comentário) comentários anónimos.


Eu cá sou pela paz,
pela família,
pelos amigos,
pela liberdade,
pelas salsichas com batata frita e ovo estrelado,
pela Coca-cola (mesmo que digam que faz mal ao estômago),
pela Pepsi-cola que é prima da anterior,
pelo beijo,
pelo abraço apertado,
pela saudade,
pelos telemóveis última geração,
por uma boa graçola,
por uma gargalhada franca,
por uma boa guitarrada,
pelo meu despertador,
pelo gelado de chocolate,
pelo café logo de manhã,
pelo priolo,
pelas baleias,
pela música do Roberto Carlos que me faz sempre escorrer uma lágrima pelo canto do olho (e agora já estou a recordar o Duo Ouro Negro – esta minha veia musical!!!),
pelo cagárro,
pelo bacalhau,
pelos animais em geral,
Eu até sou por mim mesma.

Pois, já me desviei da questão em si – os comentários anónimos - e se me desviei está desviado.

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domingo, maio 04, 2008

Ponta Delgada



E cá está uma linda imagem aérea da minha linda cidade.

Ainda lembro do tempo deste espaço exactamente assim.


Burnt Norton
I
"O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro,
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Se todo o tempo é eternamente presente
Todo o tempo é irredimível.
O que podia ter sido é uma abstracção
Permanecendo possibilidade perpétua
Apenas num mundo de especulação.
O que podia ter sido e o que foi
Tendem para um só fim, que é sempre presente.
Ecoam passos na memória
Ao longo do corredor que não seguimos
Em direcção à porta que nunca abrimos[...]"


T.S. Elliot, Quatro Quartetos, Tradução de Maria Amélia Neto, 3ª edição, Edições Ática, 1983